O que é
a Mostra Experimental de Curtas-Metragens Curta Inclusão e Diversidade?
No ano de 2011, o Setor de Educação Inclusiva e
Diversidade, da Secretaria Municipal de Educação de Novo Hamburgo, ousou sonhar
um projeto. Operando a constante análise sobre as assessorias escolares,
intervenções domiciliares, grupos interdisciplinares que se faz junto às
escolas municipais, com crianças e adolescentes em processo de educação inclusiva e projetos que
envolvem as políticas étnico-raciais, percebeu-se que os processos criativos,
de invenção e de sustentação das diferenças constituíam, como nos lembra
Clarice Lispector, os fios dourados dos fazeres.
As intervenções domiciliares do Projeto de Férias `Achadouros de Sentidos´ aproximou-nos ainda mais dos pormenores de cada história das crianças e adolescentes que acompanhávamos na rede, enlaçadas com as memórias geracionais. Alegrias, superações e também as marcas da exclusão tomavam voz pelos familiares e pelas próprias crianças e adolescentes. O projeto lançava mão da metodologia da cartografia, buscando conectar os lugares desejantes dos pequenos e dos jovens pela cidade. Cartografávamos cores, sonhos, alegrias, tristezas e imagens. Nesses movimentos, pensar na articulação entre arte, educação e inclusão pareceu ser uma proposta interessante para dar corpo a uma continuidade do projeto no período escolar. Mas como sistematizar essas experiências para além das falas em eventos, das reuniões sistemáticas, dos escritos em livros e publicações? Como dar um outro corpo possível a essas vivências, aos aprendizados, aos processos de inclusão que acontecem nos instantes quaisquer do cotidiano escolar? Como a proposta era sonhar, sonhou-se mais. Veio a ideia de cinemas itinerantes com os familiares, crianças e adolescentes escolhendo filmes para rodas de conversa posteriores em cada comunidade. Na sequência, o a-mais-de-sonho: e por que não inventar um jeito de contar as histórias, experiências transformadoras de inclusão e diversidade dentro e fora dos espaços escolares utilizando recursos tecnológicos como o audiovisual?
O projeto tomou contornos mais definidos e brotou a I Mostra Experimental de
Curtas-Metragens, com o tema, 'Curta Inclusão e Diversidade'. Desde o primeiro
momento tomou-se como fundamental que as experiências a serem projetadas
pudessem romper com os muros das escolas, vir de outros lugares, de outras
cidades, de outros trabalhos com a inclusão e a diversidade. No primeiro ano de
Mostra foram projetados 27 curtas-metragens, sendo 23 de escolas de Novo
Hamburgo, 2 da rede de atendimento e 2 de cidades da região.
No segundo ano da Mostra a experiência amplificou-se, o projeto amarrou outras
parcerias, como a Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, que nos últimos três anos vem se
constituindo como espaço de estudo e trabalho na área da inclusão a partir da implantação
do Centro de Referência em Tecnologia Assistiva para a Educação Profissional,
além do Atelier Livre com o Coletivo Ubuntu e a Secretaria de Cultura de Novo
Hamburgo.
O audiovisual tem essa potência de furar, de fazer vazar para as vidas,
daqueles que participam de uma produção, por mais simples que seja, e de quem
nas salas escuras do cinema podem apreciar, pensar e fazer vibrar outras vidas
e outros processos acerca do debate da inclusão, da diversidade e da
acessibilidade cultural. Pensamos que a Mostra Experimental Curta Inclusão e
Diversidade é uma estratégia de in(ter)venção, utilizando da linguagem
audiovisual, que faz saltar das telas a diferença para uma cidade, que com suas múltiplas teias, faces e realidades,
exige o pensar e transmutar das concepções sobre a diferença, seja ela mais
radical ou não.
No ano de 2013 foram projetados 24 curtas-metragens, sendo 18 de escolas
municipais, 3 de redes parceiras (assistência social, oficina de geração de rensa, ong esportiva) e 2 de serviços substitutivos à
lógica manicomial da região rio -grandense.
Todos os passos dos dois anos de Mostra Experimental
sustentaram uma premissa: fazer o máximo possível para tornar os vídeos
acessíveis para todos, sustentando a direção de uma cidade acessível
culturalmente.
Nesse ano de 2014 seguimos na mesma sintonia e
ampliamo-nos: teremos os ônibus curta inclusão e diversidade, onde exibições de
curtas-metragens, oficinas e rodas de conversa sobre
arte-inclusão-diversidade-acessibilidade cultural estarão em cena.
Fique atento, contate-nos e increva-se! As inscrições
iniciam dia 10 de abril a vão até 31 de maio. Sendo que a entrega dos curtas
segue as datas propostas no Regulamento da III Mostra, que estarão disponíveis
no Portal Educação: educação.novohamburgo.rs.gov.br.
E-mail: curtainclusao@novohamburgo.rs.gov.br